Jogo perdido na educação brasileira!




            O Brasil perdeu um grande jogo ontem! Não foi do Flamengo, nem da Seleção Brasileira, e a Globo nem sequer chegou a dar Ibope a esse jogo perdido. O Brasil perdeu o jogo da Educação! O Pré-Sal não é nosso, e ainda vai para as mãos da especulação da prostituição público-privado dos municípios e estados.
            No ano passado, em ato deliberado e organizado, a União Nacional dos Estudantes fez o 13º Conselho Nacional de Entidades de Base que reuniu milhares de estudantes no Rio de Janeiro, e que teve como luta 10% do PIB e 50% dos royalties do Pré-Sal para a Educação. Assim, o que parecia uma manifestação, tornou-se pauta de Dilma Rousseff que, nas últimas semanas declarou que defendia 100% do Pré-Sal para a Educação, surpreendendo até a quem não se surpreende mais com “surpresas”. O Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, inclusive, chegou a fazer o mesmo anúncio em coletiva. Porém, esse jogo acaba de ser perdido para nós da sociedade civil organizada, e quem derrotou a Educação foi a cabeça conservadora de nossos deputados.
            Por 220 votos contra o projeto que defendia 100% do fundo para a Educação foi rejeitado. A mente conservadora e rentista de nossos deputados impediu que qualquer mudança radical ocorresse. Por isso, quando nos perguntamos onde está o problema do país, podemos responder, sem titubear: na mente conservadora, colonial e coronelista de nossos deputados! São conservadores e tripudiam sobre a inteligência ébria do povo brasileiro. O próprio PMDB defendeu proposta contrária aos 100%. E vocês sabem por quê? Porque eles querem ter autonomia sobre esse dinheiro para inventar empresas fantasmas, obras fantasmas, fornecedores fantasmas e mentores reais, os quais vão lucrar com toda essa jogatina cruel da política brasileira.
            O maior problema da educação, responda-se, está nesses homens, que continuam no poder e que a periferia insiste em eleger. Trata-se de uma periferia que reproduz diariamente as vozes da colonização, da dominação cultural, do jogo sem escrúpulos de todos aqueles que apoiaram e sempre vão apoiar ditaduras da Direita, porque sabem que os grandes golpes sempre serão dados assim e que as vantagens e a política do favor e da santa meritocracia vivem dos golpes. Foram eles que apoiaram a Ditadura Militar de 1964-1985, que desapoiam as investigações da Comissão da Verdade (que deverá investigar e tornar públicos os fatos ocorridos durante a ditadura militar de 1964-1985 e os requintes de crueldade com que essa ditadura torturou o povo brasileiro), são eles que são contra a intervenção do Estado no aborto, são eles que são contra a discussão sobre a intervenção do Estado no uso das drogas, e de acompanhamento de saúde pública, são ainda eles que são e sempre serão contra as mudanças sociais ocorridas depois do Governo Lula, e que continuam em andamento no Governo Dilma. Só estão com Dilma porque adoram o poder e expulsá-los de lá é incentivar um novo golpe militar, porque são e sempre serão golpistas. São e sempre serão amigos dessa mídia norte-americana, neoliberal, que cresceu durante a ditadura e lembra dela com um olhar saudosista. São esses deputados que criaram o verdadeiro “Mensalão”, que desapoiam uma reforma política, que desapoiam o incentivo à transparência e participação no Governo Lula, a autonomia que Lula deu às autarquias, ao Ministério Público e Polícia Federal. São e sempre serão vermes. Valem-se do voto secreto no congresso e fazem desse congresso a mais pura obra da manipulação de uma Direita que pode ter mudado de nome, mas continua sendo Direita rentista, bicuda e quatrocentona, e que quer que a educação se exploda. 


Por Gabriel Nascimento