Liberdade para discriminar- síndrome de Bolsonaro!

A gente começa a perceber as lacunas ou as brechas da Pós-Modernidade. Fomos tão violentos ao propor democracia e direito de expressão que agora os religiosos querem ter o direito de discriminar.
            A polêmica da vez não é mais o chamado KIT GAY, mas a aprovação ou emenda à lei de racismo, complementando também as ofensas e preconceitos cometidos a homossexuais. Os religiosos saíram às ruas, ou melhor, no gramado em frente ao Congresso Nacional, para protestar. Protestar contra o quê? Contra a lei, ora. Mas a lei estabelece multa ou prisão para quem discriminar outrem por homofobia. Foi esse o medo das religiões. E principalmente porque algumas delas sustentam discursos inatistas que dizem que a homossexualidade é uma doença, e quem é homossexual irá pro fogo eterno. Temendo a lei humana, porque essa existe, (pelo menos se diz) eles saíram pra protestar. Protestar de forma absurda. Protestar defendendo um discurso medieval, desfundamentado, sem embasamento sério ou científico, e com um medinho de serem condenados a pagar multas quando se referirem a um homossexual.
            Imaginem o caso de um pastor, supostamente heterossexual apenas, que mantém relações sexuais com alguém do mesmo sexo, mas que continua se dizendo contra a homossexualidade e, pior, contra uma lei que pune a homofobia. O pior de tudo: ele é tão gay quanto o parceiro dele penetrado nessa relação sexual. Isso que a gente paga pela liberdade imposta pela Pós-modernidade: cada um tem tanta liberdade de dizer o que quer dizer, que as bobagens começam a soar sem parar, protestos contra a ordem, a lei, contra a própria Pós-modernidade.  Imaginem os dias futuros em que neonazistas e skinheads sairão às ruas, mostrando suas caras, e protestando contra esses pretos americanos, essa impureza, esses nordestinos estúpidos e esse país cheio de promiscuidade. É a contradição de ser Pós-moderno, é a síndrome de Bolsonaro.




Por Gabriel Nascimento