Cadê o ministério público?



Itabuna, Ilhéus, Santa Cruz da Vitória, Ubaitaba, Uruçuca... basta falar em qualquer uma dessas cidades que bate logo a curiosidade: cadê o ministério público? Essa onda de milionários provenientes do dinheiro do povo, novas socialites que enriqueceram na política, do dia pra noite, de uma hora pra outra. Conto de fadas? Perguntem ao ministério público, senhores. Cabe a eles fiscalizar o bem público e sua utilização, assim como a rota dos poderes executivo e legislativo.


O nosso legislativo e executivo “comem” o quanto podem desse grande bolo sem um pouco de FISCALIZAÇÃO. Me alegrou dia desses saber sobre uma carga de um secretário de um político da região que foi detida na rodovia Ilhéus-Itabuna. Parabéns à Polícia Federal! Fato é que todos os policiais que realizaram a operação estão sendo transferidos da região! Está tudo comprado? Comprado por uma ordem do discurso oligarquicamente agrária, símbolo do coronelismo mais latente entre os mais latentes desse tremendo Bangue Bangue? Salvem-se todos!

Mas não! Roubar na política está longe de ser reconhecido como um fato vergonhoso, quando muito pode ser nomeado de latrocínio. Roubar na política é chic! Os melhores empregos não são aqueles nas mãos dos doutores e catedráticos, que passaram uma vida toda estudando, que fizeram uma graduação, um mestrado, um doutoramento, um pós-doutoramento, que precisaram estudar para passar no concurso e tiveram que apresentar trabalho na área pra mudar de classe não sei quantas vezes. Não! Os melhores empregos são aqueles em que só é necessário ser populista, prometer uma dentadura, materiais de construção e pagar trinta reais a cada “idiota” no dia da eleição pra garantir, no mínimo, mais de 10 mil (dinheiro legal) na conta todo mês, fora a mesada ilegal recebida por alguns de nossos melhores personagens da política brasileira. O Mensalão, que sempre foi colocado na conta do PT, surgiu com um deputado do PSDB, quem diria! E aí entra o cenário de ataques de uma direita ex-ditatorialista com uma esquerda desorganizadamente democrática. Nesse cenário cheio de ironias, roubar na política é bom, elegante, consistente, e dá status.

E o ministério público? Está em casa, ileso, recebendo altos salários também, há ainda os que estão (timidamente, mas estão) fiscalizando, mas a grande maioria está vendida, ou invendável, assistindo o circo pegar fogo!

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Por Gabriel Nascimento