Você já sabe o que quer dizer Independência? É o mínimo que nós temos que aprender depois de mais de 180 anos. Sim, não sabemos. Comemoramos anualmente o dia que um imperador português, que regia no Brasil resolveu “cortar” relações com Portugal e instituir a Independência do Brasil. Acontece que como mostra nossa narrativa o homem que nos tornou independentes foi um português. Nascia ali um estado independente? Só para a cegueira dos historiadores positivistas.
E Portugal não deixou isso barato não. Cobrou seis milhões de libras esterlinas, que o Brasil não tinha. Opa! Nossa primeira dívida externa ia começar. A nossa independência custou caro. A independência nos obrigou a pedir 6 milhões de libras à amiga Inglaterra. Essa viu a oportunidade perfeita de colonizar culturalmente outro povo. Sim, imagine que a própria “independência” deste país já deixou o mesmo dependente, devedor de uma quantia nada difícil de pagar.
Vamos continuar comemorando por aqui a nossa independência. Ali se constituía o Brasil pra inglês ver. Já ouviu essa expressão? Pois é, por isso ela faz tanto sentido e o nosso bom imperador não perdeu tempo. Em 1824 conseguiu aprovar só, sem a ajuda da Assembleia, pisoteando todos os opositores que estivessem a sua frente, uma constituição que zelava pela discurso dominante de poder. Oba! E de sobra éramos independentes. Sim, enquanto ele dava voltas no palácio da Marquesa de Santos com seu amigo Chalaça escravos tinham os dedos cortados nas saletas de castigo, ou chicoteados com chibatas de agulha no tronco ignorante da escravidão. Sem contar na pobreza no Ceará, assim como em todo país. Viva nossa independência. Ademais, esse grande gênio ditador, queria mesmo estava mesmo de olho era em Portugal, que estava prestes a ficar na mão do irmão dele, Dom Jorge. Ele não podia perder Portugal pro irmão. Briguinhas de família. E passamos anos nas mãos de regente enquanto o Pedrinho não se tornava adolescente. E esse assumiu a nação independente di Brasil quando esta já devia o que não podia à Inglaterra. Tanto é que a própria Marinha Inglesa passou a aterrorizar os traficantes de escravo com a lei Bill Aberdeen fazendo com que o Brasil parasse de traficar carga humana da África.
Mas não paramos aí não. O nosso bom imperador cresceu num império do café, onde o Café com Leite mandava e desmandava. E finalmente: nos tornamos REPÚBLICA. Golpe de estado, voto de cabresto, exploração nas fábricas. Alguns chegam até a ficarem encantados com o discurso falso positivista ridículo empregado em nossa bandeira: ORDEM E PROGRESSO. Enquanto os Estados Unidos já tinham resolvido seus problemas com a Reforma Agrária, o Brasil ainda se tornava república: pra alta elite Paulista, Fluminense e Mineira.
Viva a independência! Os donos da Vale, da Bamim, da Nestlé estão independentes! Viva! Viva a independência do nosso discurso educacional, do Sistema Único de Saúde! Viva! Viva o fracasso da nossa história e o comodismo social! Viva Confúcio, o sábio oriental que desprezava aqueles que vão contra as leis e prega que todos devem aceitar. Nunca uma frase fez tanto sentido em nossa história: MANDA QUEM PODE, OBEDECE QUEM TEM JUÍZO.
