A VALORIZAÇÃO DE NOSSA LÍNGUA TEM QUE SER FEITA POR NÓS MESMOS

 
Foto: Carol Silveira

A valorização da nossa língua deve ser feita por quem? Eu almocei na última sexta no restaurante da universidade onde estudo e do lado estava um pesquisador francês. Quando me sentei disse qualquer coisa em inglês com minha colega. O francês ao me ouvir me perguntou se eu sabia falar francês. "Je ne sais pas parler français" - eu disse - "Je parle anglais", eu completei. Mas ele insistia. Achei horrível. Já tinha dito a ele na língua dele (!) com um sotaque gutural francês (até um exagero) que não sabia falar francês. Então perguntei em bom inglês porque eles, franceses, em especial eles não gostavam de falar outras línguas. Porque nem o inglês! Eu nunca consegui me comunicar em inglês com um francês. Ele me respondeu dizendo que todo mundo devia falar francês.

   Percebeu o nacionalismo dessa gente? Não? Claro, isso porque milhões de jovens brasileiros cresceram sendo fãs do Michael Jackson, dos Beatles, da Madonna, bebendo uma Coca Cola, assistindo os filmes americanos em TVs de marca Philips , Panasonic, etc. A nossa infância e juventude foi toda invadida por culturas que não são nossas de fato. Eu saio à rua e vou ao Shopping. Palavra que em inglês quer dizer "compras". Quem não tem em casa um cartão Hipercard, Credicard, etc. Isso calou o nosso patriotismo. e em uma nação onde o senador e o deputado são concebidos como "invioláveis" pela santa Constituição Federal, com um salário que pode chegar oficialmente (contando com ternos, gabinetes, conta de água, luz, internet e telefone mantidas pelo estado) a mais de 90 mil reais. Onde estão os nossos meios de comunicação em massa que não passam isso ao distraído eleitor que reelege corruptos cuequeiros, navalheiros, bicheiros, coronéis, mensaleiros, 'pianistas'? São 15 ministérios, mais de 45 mil cargos de confiança. O salário desses cargos pode variar e chegar a um teto altíssimo a depender de uma lei especial.

   Quando penso que passei a minha vida toda estudando inglês não foi para ouvir um estrangeiro desvalorizar minha língua. Disse a ele que no mínimo eles deveriam falar o inglês. Não estudei, nem estudarei outras línguas para desvalorizar o Português do Brasil (futuramente o Brasileiro).São gastos e mais gastos permitidos pela constituição. E o artigo quinto da constituição federal? Ninguém leu até hoje. Aliás, ele só serve para realçar um discurso falido. Um estado laico de direito. Mas não - a lei é interpretada. Que semântica de pensamento é essa? 
   "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza..." E são? Mas onde são? Quando são? Ai, Karl Marx foi quem começou com essa história. Mas Marx era de opnião científica. Os nossos constituidores então se utilizaram de um discurso Marxiano para celebrar um estado laico. Mas se todos são iguais por que no fórum da minha cidade - Itabuna- a quarta maior cidade da Bahia os promotores têm um lugar especial para estacionarem seus carros. Um momento... há mendigos no Brasil. E esses mendigos são iguais perante a lei. Então a quantos se refere todos? À elite. É assim que caminham todos os discursos. Todos vão de qualquer forma defender a elite, os grandes bancos e as grandes empresas multinacionais. No Sul da Bahia, aqui em Ilhéus e Itabuna, o nosso cacau foi exportado aos montes para a Suiça, enchendo o bolso dos donos da suiça Nestlé. Essa chegou aqui devagar, montou filiais e aqui ficou se aproveitando da nossa comodidade e falta de inteligência.

  Para quem de fato foi lavrada a santa Constituição de 1988? Para vós, senadores e deputados? e vocês, da Suprema Corte, do Supremo Tribunal Federal (STF) que têm a função de guardar a constituição, onde estão?
   Estão tomando uma beer (cerveja) num dram-shop (bar), assistindo ao discurso da Secretária de Estado americana Hillary Clinton . 









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Por Gabriel Nascimento